quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Temas Transversais - Pluralidade Cultural

 Dominação Chinesa no comércio popular num contexto histórico-econômico

Introdução

Visitamos em São Paulo um local com uma concentração muito grande de chineses e paramos para pensar em como se dá a influência desse grupo étnico no Brasil, principalmente em São Paulo basicamente no comércio paulista. Selecionamos o tema de "pluralidade Cultural" como melhor maneira de entender e estudar tais questões. Observamos seus comportamentos e pesquisamos a respeito do tema de forma a apresentar este trabalho com uma visão diacrônica do assunto.

A Origem da Imigração Chinesa

A imigração chinesa no Brasil teve início em 1810, quando Portugal organizava em sua colônia de Macau a vinda dos primeiros chineses para o país. Depois, eles vieram para desenvolver o cultivo do chá em São Paulo e para trabalhar na implantação da ferrovia no Rio de Janeiro, capital do país na época.
A primeira entrada oficial de chineses em São Paulo ocorreu em 15 de agosto de 1900. O grupo era formado por 107 pessoas que, viajando no vapor Malange, procedente de Lisboa, desembarcou no Rio de Janeiro, sendo conduzido em seguida para a Hospedaria de Imigrantes na cidade de São Paulo.
Porém, o grande fluxo da imigração chinesa se deu a partir da década de 1950. Os principais motivos dessa migração foram as guerras que estavam ocorrendo na China, e que ocasionavam a falta de alimentos no país. A imigração chinesa voltou a crescer, a partir de 1949, com a implantação do comunismo na China, quando um grande número de chineses mudou-se para Taiwan e logo em seguida buscaram um novo país no estrangeiro, grande número imigrando para o Brasil.

A invasão no Comércio
No que era o maior polo atacadista da América Latina, criado há décadas pela comunidade árabe, ouvem-se agora conversas em mandarim e cantonês, dialetos da língua chinesa. As lojas de sempre estão sendo substituídas por bilhares de boxes que vendem produtos, no geral falsificados, de consumo popular. Os novos donos do lugar – a Rua 25 de Março e adjacências – são chineses. Os comerciantes tradicionais, descendentes de árabes, como os sírio-libaneses, os armênios, estão sendo expulsos.


Um fator determinante para tamanha transformação foi o valor do aluguel das lojas. Os chineses entraram com muito dinheiro, e inflacionaram absurdamente os preços da locação e das luvas (pagamento pelo ponto comercial). Quando os contratos de aluguel vencem, os comerciantes antigos não têm condições renová-los. Não conseguem competir com a oferta dos chineses.
Um texto entregue ao DC com o título "O comércio legal pede socorro", diz, em certo trecho: “Estes imigrantes entram em nosso País sem a devida documentação, aos montes, todos os dias, por países vizinhos ou com entrada de turista. Acabam fixando-se aqui, e trazendo sua família, ou mesmo as formando aqui, o que os impede de ser mandados de volta ao seu país”.
A presença dos chineses é considerada assunto delicado, quando se pede informações à Univinco, União dos Lojistas da Rua 25 de Março e Adjacências, fundados há 44 anos. Mas um dos diretores, Martinho Nunes, diz o que pensa, à sua maneira. "Os chineses chegaram com muito dinheiro, mandando, e pronto. Tomaram conta. Chegam pagando o que não vale,  aluguéis absurdos."

Impacto Causado

Quando entramos num centro comercial como a Rua 25 de março, tivemos um choque. Primeiro visual, com o aglomerado de pessoas e a maioria étnica e esteticamente diferente de nós (os chineses), depois um choque auditivo, em pleno centro de São Paulo, nada daquele habitual sotaque paulista, com muita marcação de “r” e “s”, muitos “meu” – nada disso ecoava em nossos ouvidos, mas sim, vozes agudas e estridentes emitindo ou gritando palavras que em nada se assemelhavam com o nosso idioma. Mesmo assim, isso não impedia aquelas pessoas de serem os donos de todas as lojas por onde circulamos. Daí então, levamos em conta o retrocesso em nossa história para lembrar que uma língua só é difundida ao povo através das relações comerciais estabelecidas entre eles para com os outros (principalmente quando há o interesse financeiro e econômico). É assim que vemos os chineses em nossa cidade, a língua que em muitas vezes é tida como forma de imposição de poder, na verdade perde para o poder capital em qualquer instancia. O que começou com a promessa de implementação econômica entre os países e uma melhora na inter-relação entre culturas totalmente diferentes, tornou-se um instrumento de imposição comercial, pois para os chineses não é necessário conhecer a estrutura da nossa língua se o interesse financeiro é maior e apenas com algumas poucas palavras eles dominam a cena do comércio na região central de umas das maiores metrópoles do mundo.


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